Guiné-Bissau

26/08/2011 17:35

 

 

Guiné-Bissau

    A Guiné-Bissau é um país da costa ocidental de África que se estende desde o cabo Roxo até à ponta Cagete. Faz fronteira a norte com o Senegal, a este e sudeste com a Guiné-Conacri (ex-francesa) e a sul e oeste com o oceano Atlântico. Além do território continental, integra ainda cerca de oitenta ilhas que constituem o Arquipélago dos Bijagós, separado do Continente pelos canais do rio Geba, de Pedro Álvares, de Bolama e de Canhabaque.

    Foi uma colónia de Portugal desde o século XV até proclamar unilateralmente a sua independência, em 24 de Setembro de 1973, reconhecida internacionalmente - mas não pelo colonizador. Tal reconhecimento por parte de Portugal só veio em 10 de Setembro de 1974. A Guiné-Bissau, juntamente com Cabo Verde, foi a primeira colónia portuguesa no continente africano a ter a independência reconhecida por Portugal.

Geografia

     Com uma área de 36 126 km2, a Guiné-Bissau é maior que a Bélgica, Taiwan, Haiti ou mesmo os estados brasileiros de Alagoas e Sergipe.

     O país estende-se por uma área de baixa altitude. O seu ponto mais elevado está 300 metros acima do nível do mar. O interior é formado por savanas e o litoral por uma planície pantanosa. O período chuvoso alterna com um período de seca, com ventos quentes vindos do deserto do Sahara. O arquipélago dos Bijagós situa-se a pouca distância da costa.

     Situada aproximadamente a meia distância entre o Equador e o Trópico de Câncer, a Guiné-Bissau tem clima tropical, caracteristicamente quente e úmido. Há duas estações distintas: a estação das chuvas e a estação seca. O território insular, composto por mais de 80 ilhas, exibe algumas das melhores praias da África Ocidental.

     A estação das chuvas estende-se de meados de Maio até meados de Novembro, com maior pluviosidade em Julho e Agosto. A estação seca corresponde aos restantes meses do ano. Os meses de Dezembro e Janeiro são os mais frescos. No entanto, as temperaturas são muito elevadas durante todo o ano.

Religião

      Na Guiné-Bissau, cerca de 45% das pessoas, principalmente os Fulas e os Mandingas, são muçulmanos e estão mais concentrados no interior do País do que na zona costeira. Os cristãos representam 5 a 8% e o resto da população, 47 a 50%, são adeptos das religiões tradicionais.

     Antes da chegada do Islão e do Cristianismo, as religiões tradicionais prevaleciam na África Ocidental, incluindo na Guiné-Bissau. Hoje, pode-se falar de coexistência e é difícil traçar linhas claras entre os valores de cada uma.

    Quase todas as religiões tradicionais são animistas e são baseadas na atribuição da vida ou da consciência a objetos ou fenômenos naturais. Embora algumas aceitem a existência de uma criatura suprema ou um criador, estes últimos são noções demasiado importantes para serem associadas a seres humanos.

    Os aspectos mais importantes situam-se certamente no culto dos antepassados, totens, feitiços e magia. É interessante reter que, de acordo com a fé dos adeptos das religiões tradicionais, a terra pertence aos antepassados e, por conseguinte, é a única a não ser posta à disposição dos descendentes, e não pode, por conseguinte, ser vendida. Estes princípios e crenças podem chocar hoje com os novos paradigmas da globalização e do neo-liberalismo.

     O Islão, atingindo o Sahel em 900 AC, foi trazido na época por comerciantes que vinham daquilo que constitui hoje Marrocos e a Argélia. Na África Ocidental, tornou-se a religião da classe mais alta mas as pessoas comuns preferiam as suas crenças tradicionais. Ao longo dos séculos (até ao séc. XVIII), os governantes tentavam combinar o Islão com as tradições locais até ao ponto de lançar guerras santas (jihad) contra os não crentes. Daí a grande importância conseguida pelo Islão, inclusive sob as suas outras formas mais místicas e mais espirituais que se tornaram muito populares.

      A influência europeia, incluindo o Cristianismo, cresceu durante a segunda metade do século XIX. As "guerras santas" começaram a orientar-se sobretudo contra os europeus, mais contra os franceses que penetravam cada vez mais no interior do continente, do que contra os africanos "infiéis". Estas guerras sucederam-se até 1880.

     Hoje o Cristianismo está representado na Guiné-Bissau com igrejas e templos de várias confissões. O Islão continua a ser preponderante.
Política

    Em 2000, Kumba Yalá é eleito à Presidência da República e o PRS (partido fundado pelo Sr. Yalá) obtém a maioria relativa dos deputados à Assembleia Nacional Popular.

    • Em 14 de Setembro de 2003, três anos após ter tomado funções, Kumba Yalá é deposto por um golpe de estado efectuado por um comité militar presidido pelo general Veríssimo Correia Seabra, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas desde a queda de Nino Vieira em 1999.

     • Após ter dissolvido a Assembleia Nacional eleita em 1999, o comité militar destitui o governo de Mário dos Reis Pires, o Primeiro-Ministro nomeado por Kumba Yalá em 15 de Novembro de 2002. De seguida, o Comité nomeia um governo de transição presidido por Artur Sanhá (na época Secretário-Geral do PRS) e nomeia Henrique Pereira Rosa o Presidente da República de transição. Ao mesmo tempo o Comité constitui um "mini-Parlamento" (o Conselho Nacional de Transição) para substituir a Assembleia Nacional. O mesmo Comité suspende a Constituição da República e instaura uma Carta de Transição Política.

• O período de transição termina nas datas seguintes:

 a) para o Governo e o Conselho Nacional de Transição, com as eleições legislativas de Março de 2004 que se saldam por uma vitória do PAIGC na sequência da qual Carlos Gomes Júnior assume o posto de Primeiro-Ministro;

 b) para o Presidente da República, com as eleições presidenciais de Junho/Julho de 2005 ganhas por Nino Vieira, após seis anos de exílio.

     • Em 6 de Outubro de 2004, um levantamento militar salda-se pela morte do general Veríssimo Correia Seabra, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, e conduz à nomeação do general Tagme Na Waie ao mesmo posto.

     • Menos de um mês após ter tomado funções, em 1 de Outubro de 2005, Nino Vieira destitui por decreto o governo de Carlos Gomes Júnior em 28 de Outubro de 2005, evocando tensões contínuas entre o governo e os outros órgãos de soberania e por conseguinte a falta de eficácia do executivo.

     • Em 2 de Novembro de 2005, o Presidente Nino Vieira nomeia Aristides Gomes, o seu director de campanha eleitoral, ao posto de Primeiro-Ministro e seguidamente nomeia o resto do Governo.

      • Em Março/Abril de 2006, um conflito opõe as forças armadas guineenses e facções do MFDC, chefiado por Salif Sadio. Este conflito é ganho pelas forças armadas guineenses, que conseguiram desmontar as bases militares desse movimento casamansês no território da Guiné-Bissau.

     • Em Novembro de 2006, eleição à presidência do PRS (principal partido da oposição) do antigo Presidente da República, Kumba Yalá, que quis retirar o seu apoio ao Governo, pondo em causa a sua legitimidade, assim como a do Fórum de Convergência para o Desenvolvimento que, no seio do Parlamento, apoia o governo.

      • Não obstante estas incertezas do quadro político, a mesa redonda dos parceiros ao desenvolvimento da Guiné-Bissau, que teve lugar em Genebra em Novembro de 2006, concluiu-se com resultados positivos. Este encontro, que se centrava no desenvolvimento e na reforma das forças de segurança e de defesa, foi um sinal da normalização das relações do País com os seus principais parceiros.

      • Em Janeiro de 2007, o cenário político foi de novo perturbado com o assassínio do Comodoro Lamine Sanhá (antigo Chefe do Estado Maior da Marinha) e com as sequelas a nível institucional causadas pelas divergências entre a Presidência da República e o antigo Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, actual presidente do PAIGC, a respeito da responsabilidade quanto a esse acontecimento.

Dados Gerais:

Capital: Bissau                    
Língua Oficial: Português   
Governo: Republica                                       
Religião : 45% Muçulmanos 5 a 8% cristãos 47 a 50 % são adeptos das religiões tradicionais.                                        
Área: 3.544 Km
População: Estimativa 1 472 446